A eficiência (ou não) de imagens fortes em treinamentos

Será que as imagens fortes usadas nos treinamentos são um reforço positivo à situação de prevenção de acidentes que precisamos evitar?

Segundo psicólogos, não. A explicação tem o seguinte motivo: quando um organismo é exposto a uma situação que causa aversão a tendência é que ele tente se afastar imediatamente ou tão rápido quanto for possível.

Por exemplo, você se lembra com nitidez e facilidade das fotos e das situações que mais te chocaram durante este ano? São memórias vivas?

Caso sua resposta seja afirmativa, há outro ponto a se pensar: quais as consequências disso? Você tem noites agitadas, insônia, dificuldade para dormir, pesadelos e fica com a sensação de perigo quando se expõe a um fato parecido com o presenciado? E ainda, imagens fortes que ajudam a se lembrar de ter mais cautela no trabalho? Se essa cautela existiu, durou quanto tempo? Horas, dias… meses?

Então, como proceder?

Em vez de mostrar o que não fazer, mostre o que fazer. Este é o método de ensino mais eficiente. Ensinar a identificar os perigos é mais importante do que mostrar que “existe perigo”.

Os treinamentos, portanto, servem para isso: passar exemplos de direção e vivência na operação.

Exemplo prático

A vivência de um canteiro de obras nos traz um exemplo prático de como tratar o problema é muito mais eficiente do que simplesmente mostrar que ele existe.

Quantos trabalhadores de obras, homens e mulheres, você conhece? Você se recorda de alguém reclamando da falta de higiene nos banheiros das obras, e os malabarismos feitos durante o uso, como por exemplo, subir no vaso sanitário?

Certo, mas como proceder em relação a isso? Mostrar vídeos e fotos de acidentes com pessoas que subiram em vasos?

Se formos tratar as causas do problema, as pessoas precisam subir nos vasos por conta da falta de limpeza dos banheiros, então esta seria a melhor solução: limpeza constante e educação dos usuários, mas sem necessidade de colocar imagens fortes à mostra.

Portanto, é preciso pensar na mudança de cultura dos usuários e mesmo assim ter a consciência de que isso não será mudado de uma hora para outra. A ideia é que ao manter a limpeza e as devidas orientações, em pouco tempo, o hábito de subir no vaso deixará de existir.